Tenho falado aqui sobre o erotismo e sua relação com a poesia. Há tantas relações entre o sentir poético e o sentir físico que eu levaria anos tentando entender a complexa teia que o envolve esses dois sentimentos.
Poetas são aqueles que conseguem manipular palavras e as usam como num quebra cabeça, para transmitir emoção com o ritmo, rimas e sons que compõe os versos. Junte-se a isso o significado da poesia e você terá então um amálgama de pequenos elementos a compor a emoção final que o poema produz.
O poeta nunca sabe qual a emoção que vai gerar, ou como o seu verso será entendido. Ele apenas sabe que o verso é bom e ficará feliz se alguém admira sua obra. Não importa o que o verso diz, mas sim a emoção que ele produz.
A poesia não pertence ao poeta. Ela pertence a quem lê. E cada um que lê se emociona de forma diferente. Ai reside a recompensa do poeta. Na emoção de quem lê.
Mas acho que estou divagando demais e não quero ser longamente filosófico, mas precisava falar da emoção da poesia para poder juntar com o prazer do sexo e com a alma feminina.
Mas se vocês acham que tudo isso é obra da minha loucura, vou mostrar que não. Leiam e depois eu conto quem é o autor:
Obedeci
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…
Acho que provei meu ponto. Esta maravilhosa poesia, exemplo de perfeito de soneto parnasiano, não é de outro se não de Olavo Bilac, o príncipe dos poetas Brasileiros. Ela consegue juntar, arte, emoção, sexo e o prazer de ouvir uma mulher expressar seus mais íntimos desejos.
Fico imaginado quantas vovozinhas ficaram excitadas e molhadinhas (rs…) ao lerem estes versos despudorados para a época em que foram escritos.
Quanta emoção!
Olavo meu caro… Você deve ter sido muito porreta…
O título do post já evidencia o autor. Olavo Bilac é magnífico! E voce tem razão quando aponta o "estado" que ficavam suas leitoras contemporâneas. Talvez mais excitadas pelo padrão moral da época. Mas garanto que a sensibilidade aguça em quem lê estes versos maravilhosos. Isto é atemporal. Já no primeira estrofe, tive a sensação de impaciência rsrsrs.
Bom fim de semana.
Olá meu caro poeta…… primeiro gostaria de te pedir um favor. Apaga essa trapalhada toda q fiz ao postar o mesmo comentário vááárias vezes??? rs Mas juro q não foi culpa minha! Estava aparecendo um erro de postagem e por isso continuei a tentar!
Bom, agora qto a poesia em questão…….. vc tinha toda razão…… acho q em algum lugar existiu uma "Marrie" a perturbar a mente (e outras coisitas mais) de um brilhante poeta!!! GRANDE PRETENÇÃO!
rsrsrsrsrsrsrs
bjs